Enalteço a importância do SJPF nas nossas carreiras"


DAVID SILVA emigrou cedo e já conta com passagens por Espanha, Bulgária e Escócia. Atualmente no Kilmarnock (Escócia), o extremo falou ao SJPF sobre as suas aventuras na diáspora. 

Por que é que a sua carreira é feita quase totalmente no estrangeiro?
Não existe um motivo em especial. Simplesmente foi-me dada a oportunidade de jogar muito cedo no estrangeiro a um nível elevado e, sendo assim, decidi aceitar a proposta.


A Liga Escocesa é atrativa para si ou foi simplesmente por uma questão financeira?
Como é obvio, a questão monetária é claramente importante. Mas, neste caso, creio que o facto de se tratar de uma liga respeitada, com muita tradição, aliado ao facto de poder disputar jogos contra equipas como o Celtic e o Rangers também pesou bastante na minha decisão. Acho que foi uma junção dos dois motivos.


Acha que emigrou demasiado cedo?
Acho que nunca é cedo ou tarde para se emigrar. A questão é que desde muito cedo tive essa oportunidade e decidi aceitar.


Sente-se mal tratado pelo futebol português?
Não, no pouco tempo que joguei em Portugal fui, geralmente, bem tratado.


É a favor da limitação de jogadores estrangeiros nas equipas portuguesas?
Acho que hoje em dia seria praticamente impossível impor tais regras, pois o futebol de hoje em dia é global. Vê-se nas grandes equipas europeias a quantidade de estrangeiros que cada clube apresenta , mas a minha opinião pessoal é que devia haver uma limitação, pois obrigaria a que a aposta em jovens portugueses fosse maior.


Sente-se um cidadão do mundo?
Claramente. Já passei por tantos países e por tantas culturas diferentes que me considero um cidadão do mundo.


A maior parte da sua carreira aconteceu no estrangeiro. Qual foi a Liga que mais o atraiu?
Sinceramente gostei de todas as ligas por onde passei , mas destacaria a Liga Escocesa.


Existem muitas diferenças entre Bulgária, Portugal, Espanha e Escócia, em termos futebolísticos?
Há muitíssimas diferenças. A nossa liga e a espanhola são claramente mais técnicas, enquanto a escocesa e a búlgara são competições mais físicas.


Sabe falar as línguas de todos os países onde esteve?
Sim sei, embora me tenha esquecido um pouco do búlgaro pois não tenho com quem praticar.


Houve alguma situação de salários em atraso nos clubes por onde passou?
Sim, na Bulgária, mais concretamente no CSKA Sofia, passei por essa situação. No Olhanense, como é sabido, também passei por uma situação dessas.


Em 2012 veio para o Olhanense. Porque decidiu regressar a Portugal?
Sempre tive o sonho de jogar na I Liga em Portugal e, na altura, surgiu o convite e decidi aceitá-lo, tendo em conta que também tinha o sonho de representar a Seleção de Cabo Verde e sabia que, jogando em Portugal, onde joga a maioria dos habituais convocados, teria maior visibilidade e maior hipótese de ser convocado. Graças a Deus consegui alcançar esse objetivo também.


Já recorreu ao Sindicato para resolver algum problema?
Sim. Queria aproveitar a oportunidade para agradecer o apoio e enaltecer a importância do sindicato nas nossas carreiras.


Mesmo estando no estrangeiro, manterá a ligação ao Sindicato?
Claro que sim.


Até à data, qual foi o clube em que mais gostou de jogar?
Acho que cada clube foi especia, mas destacaria o CSKA Sofia pelo o facto de ter sido duas vezes vice-campeão e por me ter estreado nas competições europeias. E, naturalmente, o Kilmarnock pois foi aqui que conquistei o meu primeiro troféu: a Taça da Liga Escocesa.


PERFIL 

Nome: David Mendes Silva

Data de nascimento: 11.10.1986

Posição: Extremo (esquerdo e direito)

Clubes: Kilmarnock (Escócia), Olhanense, Castéllon (Espanha), CSKA Sofia (Bulgária), Lokomotiv MEzdra (Bulgária), Tourizense, FC Porto B