“O Estágio manteve-me em forma”


Jogador assinou pelo Atlético.

O defesa Vítor Moreno, de 33 anos, confessa em entrevista ao Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) que a participação no Estágio do Jogador no Verão deste ano foi fundamental para assinar pelo Atlético. Moreno, internacional cabo-verdiano, está satisfeito com o desempenho recente da selecção do seu país, mas admite que será difícil voltar a representar Cabo Verde.

Como é que surgiu o convite do Atlético?

Surgiu quando falei com três colegas. O Quinaz, o Silas e o Dady falaram com o treinador [Rui Nascimento] para começar a treinar no Atlético. Como já me conhecia, aceitou a sugestão e deixou-me treinar no clube. Já estou no Atlético há cerca de dois meses e o treinador disse-me que gostava que eu ficasse no clube, por isso propôs à SAD que eu assinasse e acabei por ficar.

Quais foram as mais-valias do Estágio do Jogador? Consideras que o estágio foi determinante para assinares pelo Atlético

Ajudou-me bastante porque, durante este período em que estive sem clube, pude ir treinando sempre e permitiu-me ficar em forma.

Tens tido contacto com os ex-companheiros do Estágio do Jogador?

Recentemente não, mas há cerca de duas semanas tive contacto com o Fábio Silva.

Durante estes meses em que estiveste sem clube, sentiste-te desmoralizado? Como é que lidaste com a situação?

Ficar sem clube não é uma situação fácil. A partir do momento em que comecei a jogar futebol nunca tinha estado nesta situação, mas foi difícil porque, tendo contas para pagar, é complicado estar sem trabalho.

Em 2010 representaste pela última vez a selecção de Cabo Verde. Esperas ser convocado pelo seleccionador para a Taça das Nações Africanas (CAN)?

Não. Nunca coloquei a possibilidade de voltar a ser convocado. Só se acontecesse uma hecatombe na Selecção, em que vários jogadores ficassem lesionados, poderia vir a ser chamado. Mas se tudo acontecer como previsto, não espero ser convocado.

Como é que vês o sucesso recente da selecção de Cabo Verde?

Fiquei muito contente com o apuramento para a CAN. O novo seleccionador [Rui Águas] está a continuar o bom trabalho desenvolvido por Lúcio Antunes durante vários anos. Lembro-me de que, quando era chamado à Selecção, os resultados não eram os melhores e graças a Deus, com esta nova geração de jogadores, têm vindo a melhorar. Há jogadores que estiveram comigo na Selecção e que ainda representam o país.

Nos meses em que estiveste sem jogar, chegaste a pensar no que vais fazer quando terminares a carreira de jogador?

Infelizmente, o fim da minha carreira como jogador já está próximo e tenho que pensar nisso. Não sei se vou continuar ligado ao futebol, mas sinceramente gostava. Ainda não decidi, embora tenha colegas que pretendem continuar ligados ao futebol, quando terminarem a carreira.

Consideras que o Estágio do Jogador é útil para os futebolistas encontrarem um clube?

Sim, considero. Não só por ter assinado pelo Atlético, mas também porque outros jogadores que frequentaram o Estágio assinaram por outros clubes e, por isso, esta iniciativa do Sindicato é sempre útil porque de uma forma ou de outra estamos sempre em contacto com o nosso trabalho. No Estágio do Jogador treinamos diariamente para que surja uma oportunidade no futuro.