"O Sindicato tem evoluído ao longo dos anos"
Bruno Fernandes regressou a Portugal após uma passagem pelo FK Beroe, da Bulgária. Assinou pelo Desportivo das Aves, depois de ter integrado o estágio do SJPF para jogadores desempregados.
Alguém o influenciou a seguir a carreira de futebolista profissional?
Não, foi algo que surgiu naturalmente. Aos sete anos de idade fui treinar ao Vilafranquense e a partir daí, tudo começou.
A profissão de jogador é a que esperava encontrar?
É. Quando começamos temos muitos sonhos como jogar em grandes clubes e chegar à Selecção. Embora gostasse de já ter chegado mais longe, não me posso queixar.
Quais os maiores problemas com que se deparou ao longo da carreira?
Situações de incumprimento salarial em alguns clubes por onde passei. Felizmente não tenho tido lesões graves.
Qual foi o valor do seu primeiro contrato como profissional?
Foi no Belenenses e ganhava 160 contos.
Qual o treinador que mais o marcou?
Com todos aprendi um pouco mas destaco os treinadores das camadas jovens, que são quem nos moldam, e Marinho Peres, no Belenenses.
Um momento inesquecível...
A minha estreia na Primeira Divisão. Curiosamente foi contra o meu actual clube, o Desportivo das Aves, e ganhámos por um a zero. Entrei a cinco minutos do fim.
E outro para esquecer...
Todos os momentos de incumprimento salarial.
O colega de equipa que mais o influenciou?
Tive vários por isso é melhor não referir ninguém em particular para não me esquecer de alguém.
Teve ou tem algum ídolo?
Nunca fui de ídolos mas apreciava o Desailly, o Zidane, e gosto do Ronaldinho, do Jorge Andrade, do Ricardo Carvalho, entre outros.
É a favor ou contra a existência de empresários?
Penso que têm lugar no futebol desde que sejam sérios. Como é óbvio sou contra os que dão mau nome à sua classe.
Considera que há falta de respeito entre os colegas de profissão (por exemplo, com atitudes racistas, agressões, lesões propositadas)?
Parto do princípio que há respeito mútuo. Acredito nisso. É preciso não esquecer que hoje somos adversários mas amanhã podemos ser colegas.
Como vê a intervenção do Sindicato dos Jogadores?
Tem evoluído ao longo dos anos. Penso que os jogadores têm tentado reconhecer o papel do Sindicato e têm-se envolvido nas lutas necessárias.
Já alguma vez recorreu ao Sindicato?
Já devido a situações de incumprimento salarial e também estive no estágio para os jogadores desempregados.
O que faria se mandasse no futebol?
Melhorava a imagem do futebol na sociedade e sensibilizava os agentes desportivos para a necessidade de levar mais pessoas ao futebol.