“Entristece-me os clubes não apostarem na formação”
Conhecido pela sua velocidade e pelas assistências para golo, CARLITOS recorda em entrevista ao SJPF o seu percurso como jogador profissional, marcado sobretudo pelas passagens por Gil Vicente e Benfica.
Como nasceu o gosto pelo futebol?
O gosto pelo futebol surgiu desde miúdo. Sempre vivi no meio de um bairro e eu entrava com os meus colegas em tudo o que era torneio e acabei por dar continuidade. Entrei no Gil Vicente muito cedo, fiz as camadas jovens e a formação toda no clube de Barcelos e tive sorte porque havia colegas que eram tão bons como eu e não conseguiram chegar ao futebol profissional. Além da sorte, foi também uma questão de vontade e de querer. Assinei contrato profissional e graças a Deus tudo correu bem.
Como surgiu a oportunidade de iniciar a formação no Gil Vicente? Quem o convidou?
Foi através de um grupo de amigos. Entrámos muito cedo para os clubes da terra e eu, juntamente com os meus colegas, entrámos todos para o Gil Vicente e conseguimos jogar futebol profissional. Víamos os nossos ídolos na televisão e o Gil Vicente era um clube que estava na Primeira Liga e foi onde fiz toda a formação. Tive a sorte de dar continuidade e de os treinadores apostarem em mim.
Porque decidiu enveredar pelo futebol profissional e não por outra actividade?
Porque era aquilo que eu queria, era a minha grande vontade e só pensava ser jogador profissional. Comecei a trabalhar desde os 15 anos porque infelizmente fiquei sem o meu pai muito cedo, tinha três irmãos e algumas dificuldades levaram-me a trabalhar mas nunca desisti do futebol. Trabalhava das seis às duas e podia treinar sempre, com maior ou menor dificuldade. O que eu queria mesmo era jogar futebol, não pensava em mais nada e acabei por ser reconhecido.
Porquê a decisão de trocar o Gil Vicente pelo Braga, em 1997?
No início da carreira, antes do Sporting de Braga, transferi-me muito cedo (aos 18 anos) para o Real Madrid B. Como era muito novo e estava no estrangeiro sem a minha namorada, que hoje é minha mulher, senti-me um pouco desamparado e decidi voltar a Portugal. O Sporting de Braga fez-me uma proposta, é um grande clube do qual tenho orgulho por ter representado e optei pelo Braga devido à proposta, ao clube, às pessoas e ao projecto em si. Na altura o Braga tinha ido à Europa e não estou nada arrependido.
Depois de um ano no Braga rumou ao Estrela da Amadora na época seguinte. O Estrela foi importante para a sua carreira?
Sim, foi. Foi um período bastante complicado. Acho que foi a pior fase da minha carreira porque quando acabei o meu contrato com o Sporting de Braga, tive de regressar ao Real Madrid que era o detentor do meu passe. Na altura não queria voltar, dizia que preferia abandonar o futebol do que regressar ao Real Madrid e o certo é que estive praticamente seis meses sem jogar. Em Janeiro, o Jorge Jesus contactou-me, o Estrela da Amadora fez-me uma proposta e comecei a jogar mas admito que foi muito mau porque estava praticamente parado há seis meses, foi a pior fase da minha carreira e deu para perceber que realmente não podia abandonar aquilo que eu sabia fazer que era jogar futebol. Serviu-me de lição e agradeço ao míster Jesus por me ter dado essa oportunidade.
Quando esteve no Real Madrid teve a oportunidade de treinar com a equipa principal, conheceu algumas estrelas? Como foi essa experiência?
No Real Madrid treinava na equipa B e uma vez por semana treinava com a equipa A, onde estava o Secretário que na altura me ajudou bastante em termos de adaptação. Cheguei a treinar com o Suker, o Mijatovic, o Raúl, o Karembeu, o Roberto Carlos, entre outros. Era sempre à quarta-feira, mas jogava pela equipa B.
Depois do Estrela da Amadora regressou ao Gil Vicente. Por que razão decidiu voltar ao clube de formação?
Foi uma decisão acertada. Era o clube onde me sentia em casa, é o clube que me lançou e ao qual tenho de agradecer tudo o que o clube me proporcionou como jogador e como homem e sabia que regressar a Barcelos poderia relançar a minha carreira. Esse era o meu grande objectivo porque sabia que as pessoas acreditavam em mim, estava juntamente com a minha família, com os meus amigos e graças a Deus fizemos uma época fantástica. Pessoalmente também fiz uma época muito boa e foi aí que o Benfica me contratou.
Como surgiu a oportunidade de jogar no Benfica?
Devido à época realizada pelo Gil Vicente e ao meu desempenho nessa temporada. Foi uma época fantástica, foi uma das melhores épocas que fiz. Na altura o Gil Vicente ficou em 5.º lugar e surgiu uma proposta. Naquele tempo também tive uma proposta do FC Porto, mas tinha contrato com o Real Madrid e não dependia de mim a desvinculação. Tinha um empresário, que era o Manuel Barbosa, uma pessoa a quem também tenho de agradecer bastante e que infelizmente já faleceu. Apresentou-me uma proposta do Benfica e ele tinha-me dito que o clube da Luz praticamente já tinha chegado a acordo com o Real Madrid e que só tinha duas alternativa: ou regressava ao Real ou ia para Portugal.
Qual foi o momento mais marcante no Benfica?
Tive muitos momentos. Felizmente estive três anos e meio na Luz. Para um miúdo como eu, habituado aos chamados clubes pequenos, era diferente vestir aquela camisola. Quando cheguei ao Benfica tive vários momentos. Primeiro quando assinei, depois foi sentir realmente a grandeza de um clube que é enorme e depois foi um acumular de várias situações: jogar com grandes jogadores, fazer parte de uma família maravilhosa, a inauguração do novo estádio e penso que aprendi muito no clube. É um clube fantástico, grande a todos os níveis, em termos de estrutura e adeptos. Sinto-me um privilegiado porque joguei com vários treinadores de top mundial. Infelizmente, fui um pouco traído pelas lesões musculares. Quando estava numa situação muito boa aparecia sempre uma lesão. Tive grandes treinadores que apostaram em mim: o Jupp Heynckes, o José Mourinho, o José Antonio Camacho, o Toni, o Jesualdo Ferreira, foram momentos incríveis e agradeço ter representado o Benfica durante quatro anos.
De todos os treinadores que teve no Benfica, qual foi o que mais o marcou?
Penso que é ingrato dizer qual o que mais me marcou, porque todos me marcaram e tenho uma boa relação com eles. Jupp Heynckes foi o treinador que me contratou e apostou no meu futebol, a seguir veio o Mourinho que de uma certa maneira acreditou em mim (na altura colocou o Poborsky no banco de suplentes e deu-me a titularidade) e depois tive continuidade com Toni, Jesualdo e Camacho. Cada um deles me marcou pela positiva e estou-lhes grato.
Infelizmente a sua passagem pelo Benfica ficou marcada pela morte de Miklós Fehér [o jogador húngaro morreu no relvado do Estádio D. Afonso Henriques no jogo entre o Vitória de Guimarães e o Benfica, a 25 Janeiro de 2004]. O que sentiu quando soube que um colega faleceu em campo?
Foi complicado porque durante essa semana eu e o Miki Fehér tínhamos feito uma “despedida”, uma vez que ele ia ser emprestado ao Boavista para jogar com mais regularidade. Estava praticamente tudo acertado. Eu não estava na ficha de jogo mas estava em casa, em Barcelos, a ver o desafio e lembro-me que fizemos uma despedida num restaurante em Lisboa com o grupo mais chegado. Infelizmente foi o momento mais marcante pela negativa no Benfica. Não há palavras para descrever aquele momento. Foi muito complicado, foi dramático por tudo o que nós passámos e pela pessoa que ele era. Percebia-se muito facilmente que ele era uma pessoa fantástica, sempre pronto para ajudar, dava-me muito bem com ele e infelizmente aconteceu essa tragédia.
Depois do Benfica foi emprestado ao Poli Ejido. Como surgiu a hipótese de ir para Espanha?
Queria dar um novo rumo à minha vida. Naquele momento tinha duas propostas de Portugal mas como não estava a jogar muito não me sentia confortável nessa situação. Nesse ano o José Calado estava no Poli Ejido e o treinador do Benfica era espanhol. O José Antonio Camacho e o adjunto [Pepe Carcelén] vieram falar comigo, o Poli Ejido estava à procura de um jogador com as minhas características e apresentaram-me uma proposta. Como estava na dúvida entre ficar em Portugal ou ir para o estrangeiro, optei por mudar-me para Espanha de forma a dar um novo rumo à minha carreira. Fechava-se assim o meu ciclo no Benfica. Estive seis meses no Poli Ejido. Além do Calado, também estava lá o Agostinho. Infelizmente nunca consegui adaptar-me como queria no estrangeiro. Dei sempre o meu melhor e conseguimos o objectivo traçado, que era assegurar a permanência na Segunda Liga Espanhola. Depois regressei novamente a Barcelos.
Qual é a comparação que faz entre as experiências em Portugal e no estrangeiro?
A vida de um jogador de futebol no estrangeiro é complicada e não é qualquer um que se consegue adaptar. Admito que fui muito novo para Espanha e nunca encarei essa situação muito bem. Sentia-me sozinho e foi complicado. Não digo frustração porque temos de retirar aspectos muito positivos de todas as experiências que temos na vida, mas assumo que não foi uma boa experiência. Animicamente também foi muito má mas estava com a minha família. Sentia-me muito mais confortável e contente quando jogava em Portugal.
Em 2006, o caso Mateus relegou o Gil Vicente para a Segunda Liga. Como é que o plantel viveu essa situação?
Foi complicado porque conseguimos ficar na Primeira Liga com grande sacrifício, dentro das quatro linhas e depois surgiu essa situação, essa tragédia para o Gil Vicente que não foi fácil para um clube que apostou em jogadores de Primeira Liga e que de um momento para o outro se viu relegado para a Segunda Liga na secretaria. Independentemente de quem tenha ou não razão, isso a mim passa-me completamente ao lado, há pessoas responsáveis, mas foi complicado porque conseguimos a permanência dentro das quatro linhas e depois fomos obrigados a jogar na Segunda Liga. Eu joguei quatro meses e depois fui transferido para o Belenenses, curiosamente.
Porquê a decisão de trocar o Gil Vicente pelo Belenenses, que tinha sido o clube beneficiado com o caso Mateus? Qual foi a reacção dos adeptos do Gil Vicente a essa mudança e como é que os jogadores e adeptos do Belenenses o receberam?
Em Barcelos as pessoas reagiram muito mal, não sabendo da situação. Quando saí do Gil Vicente em Janeiro, a intenção era transferir-me para o Marítimo e realmente quando cheguei à Madeira ainda treinei duas vezes e ao assinar o contrato vi que o acordo que tinha celebrado com o presidente Carlos Pereira não correspondia ao que estava no papel. Falámos, não conseguimos chegar a um entendimento, as inscrições fechavam passados dois ou três dias e como já me tinha desvinculado do Gil Vicente, o Jorge Jesus [treinador do Belenenses na época 2006/07] fez-me uma proposta e ingressei em Belém. Fui muito bem recebido pelos adeptos, pelos jogadores e por uma equipa técnica fantástica. Fomos à final da Taça de Portugal, mas em Barcelos as pessoas reagiram muito mal, por causa do caso Mateus (o Belenenses foi o beneficiado com a situação) mas não tive culpa, dei o meu melhor dentro do campo, também consegui ajudar o Gil Vicente na Segunda Liga, mas é óbvio que as pessoas ficaram feridas por ser tratar do Belenenses.
Depois do Belenenses rumou ao Vitória de Guimarães, onde jogou três épocas. Na primeira temporada conseguiram um grande feito ao ficar em 3.º lugar no campeonato, à frente do Benfica, quando tinham acabado de subir de divisão. Esse foi um dos pontos mais altos da sua carreira?
Sim, sem dúvida. Julgo que o Vitória, na minha opinião, depois do Benfica, foi o maior clube onde estive em termos de tudo: de adeptos, que são incríveis a todos os níveis, de clube, de pessoas e de cidade. Fizemos uma época muito boa com o treinador Manuel Cajuda, na minha opinião, um dos melhores técnicos de futebol. Fomos à pré-eliminatória da Liga dos Campeões, fizemos uma excelente época e foi um dos pontos altos da minha carreira por tudo o que vivi nos três anos em que representei o clube. Tenho grandes recordações, grandes amigos e saudades do Vitória e das pessoas.
Em 2010/11 abandonou os relvados quando estava no Gil Vicente. Era um objectivo pessoal dar por concluído o seu percurso como jogador no clube onde começou?
Sim. Regressei quando o Gil Vicente estava na Segunda Liga, mesmo assim tive uma proposta da Primeira Liga e outra do Chipre, mas como tinha os meus filhos na escola, ponderei muito bem e optei por voltar ao clube da minha cidade. Sabia que estava num projecto de subida e graças a Deus subimos de divisão. Confesso que não esperava terminar a carreira nesse ano, houve umas propostas pelo meio para ficar ligado ao Gil Vicente, mas depois não se concretizaram. Não estou arrependido, regressei ao clube de formação, subimos de divisão e sinto-me orgulhoso por isso.
Na época seguinte, o Gil Vicente chegou pela primeira vez à final da Taça da Liga. Sente-se arrependido por não ter prolongado a carreira mais um ano e ter tido a oportunidade de jogar essa final?
Quando decidi terminar a carreira não foi por minha vontade. Estava previsto continuar ligado ao clube noutras funções quando subimos e como já tinha 34 anos optei por colocar ponto final, mas não me sinto arrependido. Penso que tinha condições para jogar mais um ou dois anos, mas depois surgiu a proposta de ficar ligado ao clube durante algum tempo. Infelizmente não foi possível chegar a acordo. Não me sinto nada arrependido, antes pelo contrário, tenho de me sentir orgulhoso pelo facto de o Gil Vicente ter chegado à final da Taça da Liga pela primeira vez.
Sente que a sua vida como futebolista foi positiva?
Sem dúvida. Posso orgulhar-me de que estive nos maiores clubes portugueses. Na minha opinião, representei o maior clube português [Benfica], estive no Braga e no Guimarães, que são dois grandes clubes, no Belenenses, no clube que me lançou [Gil Vicente], ao qual tenho de agradecer e é o clube do coração, e joguei no Estrela da Amadora onde aprendi muito. Julgo que foi uma carreira extraordinária, muito positiva e sem muitos empresários. Lutei sempre pelo que quis, trabalhei de forma humilde e não era fácil. Estreei-me com 18 anos na Primeira Liga e há 20 anos não era muito comum um treinador apostar num jogador jovem. Agradeço ao treinador Vítor Oliveira, que teve a coragem de me lançar, e também ao Bernardino Pedroto que foi inacreditável comigo.
Qual foi o melhor momento?
O melhor momento da minha carreira foi ter assinado contrato profissional com o Gil Vicente. Esse era o meu grande sonho, jogar profissionalmente pelo clube da minha cidade. Felizmente consegui concretizá-lo e depois cumpri outro desejo: ser internacional. A minha primeira internacionalização foi sub-21 com o seleccionador Jesualdo Ferreira e marquei um golo. Julgo que foi outro dos grandes momentos da minha carreira. Sinto também uma grande honra por ter assinado pelo Benfica e ter feito o percurso que fiz na Primeira Liga como profissional.
Arrepende-se de alguma decisão tomada durante a carreira?
Não. Sinceramente, não posso arrepender-me de nada. Agora é fácil dizer: “se fosse hoje talvez fizesse de outra forma”, mas não, fiz o que no momento pensava e queria, tentei procurar sempre o melhor para mim e um lugar onde me sentisse bem e confortável para render como jogador.
Quais eram os seus pontos fortes e fracos?
Os meus pontos fortes eram a velocidade, o um-contra-um e chegar com facilidade à linha de fundo para cruzar. Sentia-me à vontade em relação a isso. Os meus pontos fracos eram o pé esquerdo, o jogo de cabeça e o facto de ser um pouco franzino. Cada jogador tem as suas características, eu tinha as minhas mas conseguia esconder um pouco os aspectos menos positivos com a velocidade e o drible.
Alguma vez foi vítima de salários em atraso?
Não, felizmente nunca estive nessa situação. Sempre fui associado do Sindicato, tenho uma boa relação com o presidente Joaquim Evangelista e quando o Gil Vicente esteve envolvido no caso Mateus informei-me junto do SJPF e fui muito bem recebido.
O que pensa do trabalho do SJPF?
Penso que tem cada vez mais uma palavra muito importante no futebol português. Nota-se que estão muito mais perto dos jogadores, que têm mais sócios e nos últimos anos tenho constatado isso. Fico contente quando o Sindicato dá oportunidade a alguns jogadores que foram meus ex-colegas de profissão. O SJPF é uma mais-valia para o jogador.
Nos 20 anos em que esteve no futebol, quais foram as grandes diferenças que sentiu ao longo do tempo?
Ao longo dos anos o futebol português vai melhorando, mas o que me entristece é o facto de os clubes não apostarem na sua formação. Em caso de dúvida contratam brasileiros ou estrangeiros de qualidade duvidosa. Enquanto os dirigentes não se mentalizarem que o futebol português não tem dinheiro e não começarem a apostar na formação, o futebol português corre o sério risco de ficar banal, à excepção dos grandes. Ainda assim, penso que, de uma certa maneira, alguns clubes têm-no feito porque os orçamentos não permitem fazer grandes contratações.
Preparou o final da carreira? Sabia o que ia fazer quando deixou os relvados?
Não. Sinceramente, temos sempre pensamentos do que vamos fazer depois de acabar a carreira, mas estive tranquilo em relação a isso. É óbvio que quando já estava perto de abandonar os relvados abri um restaurante em Barcelos e fui-me preparando. Nos últimos anos comecei a ter algumas perspectivas, o que ia fazer, o que não ia fazer e investi num restaurante do qual sou proprietário.
Além desse negócio, está a jogar futsal?
Exactamente. Tenho um clube de futsal que é o Galos de Barcelos, um novo projecto onde estamos a criar bases e alicerces para futuramente se tornar um clube mais forte. Penso que Barcelos precisa de um clube de futsal na primeira divisão.
O que o levou a trocar os relvados pelo pavilhão?
É o bichinho do futebol. Nós nunca perdemos aquela vontade de jogar, de continuar a treinar e fui convidado por uns amigos no ano passado para fazer parte de uma equipa de futsal em Barcelos. Gostei da experiência e quando era miúdo jogava muito em torneios e tenho algumas características de futsal. Este ano tive a ideia de criar um projecto, que não é só meu porque tem o presidente, mas é um projecto que está em desenvolvimento e está a correr tudo bem. O futebol vai estar sempre ligado à minha vida.
Quais são os objectivos para esta temporada? Subir à segunda divisão?
Sim. É o primeiro ano, as coisas estão a correr muito bem, o meu grande objectivo é ficar nos quatro primeiros para depois disputarmos o play-off de subida. Estamos na luta, a meta é subir à segunda divisão e num futuro próximo acreditamos que seja possível.
Até quando pensa jogar futsal?
Enquanto tiver vontade e condições para o fazer. Vou jogar até sentir que posso ajudar os meus colegas e eles olharem para mim e sentirem o mesmo. Quando vir que realmente já não consigo acrescentar mais nada, sento-me no banco de suplentes ou vou para presidente e serei apenas mais um adepto, mas ainda me sinto capaz de jogar.
Pondera regressar ao futebol noutras funções, como treinador ou dirigente?
Sim, pondero. Como treinador está completamente fora de questão, mas tenho um sonho e um objectivo, que é ser presidente do Gil Vicente. Não sei se vai ser daqui a dois, cinco ou dez anos, até pode não acontecer, mas tenho isso em mente. Acredito que tenho condições para o fazer, por tudo o que o futebol me deu, por todos os conhecimentos que fui adquirindo ao longo de todos estes anos e, de certa maneira, pelo que vejo, porque o Gil Vicente está num momento em que é necessário introduzir novas estratégias e novas ideias. Com todo o respeito que tenho pelo presidente António Fiúza, por quem sinto um carinho muito especial, idealizei um projecto e quero ser presidente do Gil Vicente.
Perfil
Nome: Carlos Manuel da Silva Cunha (Carlitos)
Data de nascimento: 06.03.1977
Naturalidade: Barcelos
Posição: Avançado
Clubes: Gil Vicente (formação), Gil Vicente, Sp. Braga, Estrela da Amadora, Benfica, Poli Ejido, Belenenses, Vitória de Guimarães, Futsal Barcelos (futsal), AEIPCA (futsal) e Os Galos Barcelos (futsal)