"Foi difícil a transição dos juniores para os seniores"
Natural de Lisboa, Hugo Morais chegou esta época ao Leixões proveniente do Barreirense. Aos 28 anos, este médio esquerdo já passou pela primeira Liga, sempre em representação do Marítimo.
Alguém o influenciou a seguir a carreira de futebolista profissional?
O meu pai foi jogador, o meu primo também, o ?bichinho? vai passando, e quando somos pequenos andamos sempre com uma bola. Os meus pais levaram-me às escolinhas do Benfica e foi assim.
A profissão de jogador, é a que esperava encontrar?
Para quem está de fora é muito bonita mas para quem está cá dentro é diferente. São sete cães a um osso. Mas hoje há mais condições, aposta-se mais nos jovens. Apesar de tudo penso que é um privilégio ter esta profissão. Fazemos o que gostamos e ainda somos bem remunerados, tendo em conta outras profissões.
Quais os maiores problemas com que se deparou ao longo da carreira?
Felizmente nunca tive lesões graves. Acho que a maior dificuldade foi a transição dos juniores para os seniores.
Qual foi o valor do seu primeiro contrato como profissional?
Foi nos juniores do Estrela da Amadora e recebia 90 contos.
Qual o treinador que mais o marcou?
Na formação, Arnaldo Teixeira e ?mister? Quaresma. Nos seniores os treinadores Toni, no Estrela de Vendas Novas, e Nelo Vingada, no Marítimo.
Um momento inesquecível...
Quando me sagrei campeão nacional de infantis pelo Benfica. Batemos o FC Porto por 1-0.
E outro para esquecer...
A seguir ao jogo com Santa Clara, quando estava no Marítimo, quando fui posto de lado e nunca mais fui convocado.
O colega de equipa que mais o influenciou?
O Mauro, quando estava no Marítimo, e o Baltasar, no Barreirense.
Teve ou tem algum ídolo?
Sempre Rui Costa.
É a favor ou contra a existência de empresários?
São um mal necessário. Hoje em dia são um elo de ligação muito forte. Há dirigentes que quando não temos empresários são uma coisa e com empresários são outra completamente diferente.
Considera que há falta de fair-play entre os colegas de profissão (por exemplo, com atitudes racistas, agressões, lesões propositadas)?
Infelizmente há. Há cada vez mais falta de civismo.
Como vê a intervenção do Sindicato dos Jogadores?
É muito importante apesar de não ter a força de outros sindicatos de outros países. Mas está muito melhor do que antes e posso dizer que sou sócio pagante. Desempenha um papel importante na resolução de vários problemas.
Já alguma vez recorreu ao Sindicato?
Sim, para integrar o estágio para atletas desempregados.
O que faria se mandasse no futebol?
Obrigava os clubes a apresentarem uma garantia salarial para fazer face ao incumprimento salarial.