"O SJPF está a lutar pelos nossos interesses"


Flávio Meireles, actual capitão da equipa vimaranense, está em Guimarães desde 2003/04, depois de ter passado pelo Fafe e pelo Moreirense.

Alguém o influenciou a seguir a carreira de futebolista profissional?

Talvez o meu pai pela sua paixão pelo futebol - chegou a jogar em escalões inferiores - e que me influenciou para que eu seguisse a carreira de futebolista profissional.

Essa profissão, é a que esperava encontrar?

No início, quando via os grandes jogadores, pensei que era tudo um mar de rosas mas, com o passar dos anos, apercebi-me que a realidade é diferente. No entanto, posso dizer que estou contente com a minha profissão.

Quais os maiores problemas com que se deparou ao longo da carreira?

Felizmente nunca fui dado a lesões graves nem sofri com o problema dos salários em atraso. Os clubes por onde passei cumpriram sempre na íntegra.

Onde e qual foi o valor do seu primeiro contrato como profissional?

No Fafe, na 3.ª Divisão, e ganhava 100 contos.

Qual o treinador que mais o marcou?

O professor Manuel Machado. Foi o meu grande professor. É a pessoa a quem eu devo tudo no futebol. Trabalhei com ele nas camadas jovens e nos seniores e sempre acreditou em mim.

Um momento inesquecível...

Foram vários: A subida com o Moreirense da II à I Liga, a minha vinda para o Vitória de Guimarães - o concretizar de um sonho de pequeno - e a minha estreia nas competições europeias num jogo a contar para a Taça UEFA entre o Vitória e o Wisla Cracóvia.

E outro para esquecer...

A descida de divisão com o Vitória. Mas, é um momento que não vou esquecer. Será sempre uma espinha atravessada na minha garganta.

O colega de equipa que mais o influenciou?

Não tive nenhum em especial mas fiz dois grandes amigos: o Alex, que joga no Wolsfburgo (Alemanha), e o Castro, que joga no Maia.

Teve ou tem algum ídolo?

Gostava do Bakero (Barcelona) pela entrega, raça e paixão com que disputava todos os jogos.

É a favor ou contra a existência de empresários?

A favor desde que queiram ajudar o jogador. Agora, se defenderem em primeiro lugar outros interesses que não os do jogador não fazem falta alguma.

Há falta de fair-play entre os colegas de profissão (por exemplo, atitudes racistas, agressões, lesões propositadas)?

Quero pensar que não. No calor do jogo há situações que acontecem mas depois do apito final tudo fica esquecido.

Como vê a intervenção do Sindicato dos Jogadores?

Com satisfação por saber que o SJPF está a lutar pelos nossos interesses. Sou sócio, com orgulho, e acho que o Sindicato tem cada vez mais força. Joaquim Evangelista tem feito um bom trabalho e até superado as expectativas. Penso que estamos no bom caminho. Agora, compete-nos a nós unir-nos e lutar pelos nossos direitos até às últimas consequências, se necessário.

Já alguma vez recorreu ao Sindicato?

Não, nunca tive essa necessidade.

O que faria se mandasse no futebol?

Obrigava, através de quotas, as equipas a apostar nos jogadores portugueses oriundos da formação.