"Juntos podemos ter uma força inimaginável"
Depois de passagens pelo Atlético, Ceuta, Elche, U. Leiria, Wolverhampton e Marítimo, Silas é, aos 30 anos, uma das principais figuras do Belenenses.
Alguém o influenciou a seguir a carreira de futebolista profissional?
Não, mas o gosto pelo futebol começou bem cedo, quando era miúdo.
Essa profissão, é a que esperava encontrar?
É, não fugiu muito ao que esperava. Mas, naturalmente que tive de trabalhar muito e também de fazer alguns sacrifícios próprios da profissão.
Quais os maiores problemas com que se deparou ao longo da carreira?
A falta de oportunidades quando se é jovem em termos de futebol sénior. Por outro lado, felizmente que, a nível pessoal, nunca passei pelo problema dos salários em atraso.
Onde e qual foi o valor do seu primeiro contrato como profissional?
No Atlético e ganhava 25 contos.
Qual o treinador que mais o marcou?
Todos eles me marcaram, alguns pela positiva, outras pela negativa.
Um momento inesquecível...
A estreia pela Selecção Nacional.
E outro para esquecer...
Na última época, o jogo com o Gil Vicente e onde, matematicamente, acabámos [o Belenenses] por descer de divisão [antes do caso Mateus].
O colega de equipa que mais o influenciou?
Aprendi com todos eles.
Teve ou tem algum ídolo?
Nunca fui de ídolos mas sempre admirei Luís Figo - principalmente quando ele jogava no Barcelona - pela sua regularidade ao mais alto nível.
É a favor ou contra a existência de empresários?
A favor desde que sejam sérios. Por exemplo, o Jorge Gama, o meu empresário desde que subi aos seniores, sempre foi importante na minha carreira e é hoje um amigo. Abriu-me algumas portas que, se calhar, de outro modo, permaneceriam fechadas.
Há falta de fair-play entre os colegas de profissão (por exemplo, atitudes racistas, agressões, lesões propositadas)?
Penso que não. Há é por vezes reacções esporádicas.
Como vê a intervenção do Sindicato dos Jogadores?
Está a fazer um bom trabalho. E não é fácil em Portugal estar na posição do Sindicato.
Já alguma vez recorreu ao Sindicato?
Felizmente nunca necessitei mas sempre fui sindicalizado. Penso que todos juntos (jogadores e Sindicato) podemos ter uma força inimaginável. É pena é que só alguns jogadores só se lembrem do Sindicato quando precisam e não deveria ser assim.
O que faria se mandasse no futebol?
Exigia garantias bancárias aos clubes para evitar o incumprimento salarial, tentava levar mais gente aos estádios alterando o preço dos bilhetes - acho que é excessivo para o poder de compra dos portugueses - e o horário dos jogos que, muitas vezes, é bastante tardio para uma família ir ao futebol. Por fim, apelava à consciência dos dirigentes para afastar de vez a polémica do futebol.