“Vais ser a minha primeira aposta num jovem”
Ex-jogador e financial advisor no banco Best.
A carreira corre-lhe de feição, mas a paixão pelo futebol continua presente. Além de ser comentador da Bola TV, Diogo Luís tem o II nível de treinador, mas acha difícil vir a ter uma oportunidade. "Se calhar treinar seria uma coisa fantástica, mas tinha de ser um projecto muito sólido. Não ia largar uma carreira que estou a cimentar por um projecto que fosse instável."
"É motivo para me sentir vaidoso, vou ficar na história daquele que é o melhor treinador da actualidade”. Esta é uma das melhores recordações que guarda dos tempos de jogador, quando foi lançado no Benfica pelo Special One. Decorria a época de 2000/01. E guarda o derby desse ano como o jogo mais inesquecível. “Pelo ambiente e por sermos a equipa menos favorita, tínhamos uma média de idades de 22 anos. O estádio estava cheio, chovia, e acho que fizemos um jogo magnífico, ganhámos 3-0. Vai ficar para sempre na memória até porque foi o último jogo de José Mourinho no Benfica”, recorda o antigo lateral esquerdo.
Passados 15 anos, encontrámo-lo na sede do Banco Best, em pleno Marquês de Pombal. “Trabalho num banco de investimento. Faço um perfil do cliente e, com a oferta de que disponho, tento definir uma estratégia que vá de encontro às necessidades e expectativas do cliente”, explicou-nos.
A passagem do futebol para esta carreira foi uma adaptação gradual e “acabou por ser fácil porque tive logo gosto e paixão por esta área”. Em termos pessoais também foi importante porque “finalmente comecei a perceber o que é investir. Apercebi-me de muitos erros que cometi em investimentos que não faziam sentido para mim, mas só me posso culpar por não me ter preocupado mais com o meu património e seguir o caminho mais fácil, que era o de aceitar todas as sugestões sem as analisar devidamente”.
Sempre conciliou os estudos com o futebol e concluiu o curso de Economia na Universidade Nova, em 2006. “No fim dos jogos, os outros iam passear e eu ia estudar”. O facto de ter um irmão nesta área e os pais, “que sempre fizeram com que tivesse os pés bem assentes na terra”, ajudaram-no a perceber que se entrasse demasiado tarde na área financeira podia depois não ter oportunidades. “Quando percebi que a minha carreira já não podia evoluir muito mais optei por uma carreira diferente, estava a adiar o inadiável”, justifica.
Depois do Benfica, Diogo Luís passou por Alverca, Beira-Mar, Naval, Estoril, Leixões e terminou a carreira no Chipre, no Apollon Limassol, com apenas 28 anos. Uma decisão bem ponderada, até porque “se estivesse a terminar a carreira agora, com 34 anos, dificilmente teria as oportunidades que tive na altura. E criei um plano de crescimento, vejo um futuro à frente”.
Já teve clientes que o reconheceram, “muitas vezes por me verem na Bola TV, onde sou comentador. Gosto que me reconheçam por aquilo que faço hoje e não pelo que fiz”. E tem alguns antigos colegas como clientes, mas nunca os procurou. “Se calhar podia tirar maior benefício disso, mas não quero procurar as pessoas, quero que venham ter comigo porque alguém me referenciou. Esse é o melhor cartão de visita que tenho”.