"Em Portugal, o fair-play é uma treta"
Nascido e criado em Setúbal, Sandro é o capitão da equipa sadina. Aos 30 anos, conta com uma Taça de Portugal no currículo e com passagens por Espanha, pela Turquia e pelo FC Porto.
Alguém o influenciou a seguir a carreira de futebolista profissional?
Não, quando era miúdo gostava de jogar à bola com os meus amigos e foi assim que tudo começou.
Quais os maiores problemas com que se deparou ao longo da carreira?
Já passei por muitos. Desde as camadas jovens, quando não havia condições e não tinha dinheiro para os transportes, até à profissionalização, com salários em atraso, entre outros.
Qual foi o valor do seu primeiro contrato como profissional? Em que clube?
Assinei o meu primeiro contrato profissional quando subi de júnior a sénior no Vitória de Setúbal e era de cento e poucos contos.
Qual o treinador que mais o marcou?
Gostei muito de trabalhar com o Quinito, o meu primeiro treinador nos seniores, e com o José Couceiro.
Um momento inesquecível...
O meu primeiro jogo em Espanha, no Nou Camp, e a final da Taça de Portugal que o Vitória ganhou ao Benfica.
E outro para esquecer...
No Vitória de Setúbal, quando descemos de divisão
Teve ou tem algum ídolo?
Sempre gostei do Maradona e actualmente aprecio o Ronaldinho Gaúcho, o Cristiano Ronaldo e o Quaresma, entre outros.
A eleição de Michel Platini para presidente da UEFA é bom para os jogadores profissionais?
Pode ser ser bom já que como foi antigo jogador pode ser que puxe pelos interesses dos jogadores.
É a favor ou contra a existência de empresários?
Por razões pessoais sou contra a existência de empresários. Agora, depende do papel que desempenham. Há aqueles que conseguem arranjar clubes para jogadores quando estes precisam e há aqueles que se aproveitam dos atletas.
O fair-play é uma treta?
Mais ou menos. Depende da mentalidade dos jogadores e do campeonato em que se joga. Em Portugal é uma treta. Por exemplo, quando se atira a bola para fora para um jogador ser assistido, em vez de passarem a bola ao guarda-redes para este seguir a jogar, mandam a bola quase para a linha de fundo para fazerem logo pressão.
Como vê a intervenção do Sindicato dos Jogadores?
Tem vindo a melhorar ao longo dos anos. Sou sindicalizado desde que comecei a jogar e tenho verificado que, ano após ano, o SJPF tem vindo a ganhar força.
O que faria se mandasse no futebol?
Se calhar incentivava as pessoas a virem aos estádios. É frustrante jogar para tão poucos espectadores como acontece em alguns campos.