Não esqueças o meu nome

Foi o primeiro jogador português a atingir as 70 internacionalizações e um dos mais representativos futebolistas nacionais nas décadas de 80 e 90. Ao longo da sua carreira profissional só conheceu um clube: o FC Porto. O simbolismo da camisola número dois dos azuis e brancos é da sua responsabilidade.
João Domingos da Silva Pinto, ou simplesmente João Pinto, nasceu em Vila Nova de Gaia, a 21 de Novembro de 1961. Começou a jogar futebol aos 12 anos no Clube de Futebol de Oliveira do Douro. Com 14 anos, chegou ao FC Porto e nunca mais de lá saiu. Entre 1981 e 1997 conquistou 24 títulos (nove campeonatos nacionais, quatro taças de Portugal, oito supertaças Cândido de Oliveira, uma Taça dos Campeões Europeus, uma Supertaça Europeia e uma Taça Intercontinental).
Em 1981/82 integrou pela primeira vez a equipa sénior, mas só na época seguinte, sob o comando de José Maria Pedroto, conquistou a titularidade no lado direito da defesa. Foi dono do lugar durante mais de uma década e envergou a braçadeira de capitão (herdada de Fernando Gomes) durante grande parte da sua carreira. Além dos títulos colectivos ao serviço dos dragões, João Pinto mereceu ainda dois destaques a nível pessoal: foi convocado para uma selecção do resto do mundo na festa de homenagem a Michel Platini e ainda teve o privilégio de capitanear uma selecção mundial na festa de Zico, em Udine, Itália.
A técnica não era o seu forte mas ninguém o batia em abnegação e luta. Dono de um pulmão inesgotável caracterizou-se por ser um defesa direito equilibrado, tanto a defender como a atacar. Com Jaime Magalhães "fabricou" uma das melhores alas direitas da história do futebol português.
Pelo meio, o episódio da conquista da Taça dos Campeões Europeus, em 1986/87, frente ao Bayern de Munique. João Pinto captou as atenções gerais por não ter largado a taça por um momento sequer, desde que esta lhe foi entregue até recolher aos balneários
Sempre Porto.
Foi o primeiro jogador português a registar 70 internacionalizações (um golo) ao serviço da Selecção Nacional. Esteve presente no Campeonato da Europa de 1984, disputado em França, e no Mundial de 1986, realizado no México. Despediu-se da equipa das Quinas a 9 de Novembro de 1996, frente à Ucrânia. O adeus não poderia ter acontecido em melhor palco: no "seu" Estádio das Antas. No FC Porto, o seu ocaso iniciou-se aos 35 anos. Só quando atingiu essa idade, na época de 1995/96, é que perdeu a titularidade indiscutível para Secretário. Mesmo assim, ainda realizou 13 jogos para o Campeonato Nacional. Na época seguinte, a última da sua carreira, o mesmo registo de presenças. No final dessa temporada, com o tri no bolso, decidiu pendurar as botas. Na festa de apresentação do plantel para a época seguinte despediu-se dos adeptos numa cerimónia simbólica em que entregou a braçadeira de capitão e a camisola número dois a Jorge Costa. Deixou os relvados mas não o FC Porto. Entre 1997/98 e 2003/04 foi o treinador da principal equipa de juniores dos portistas. Depois, durante duas temporadas, assumiu as funções de observador e em 2006/07 foi integrado na equipa técnica da equipa principal. Esta época, além de coadjuvar Jesualdo Ferreira, é ainda o treinador responsável pela equipa do FC Porto na Liga Intercalar.