“O Estágio é importante para a nossa evolução”
Médio apela à participação no Estágio do Jogador.
O médio Mário Mateus, de 23 anos, participa pelo segundo ano consecutivo no Estágio do Jogador. Em entrevista ao site do SJPF, o jovem jogador aconselha todos os futebolistas sem contrato a participar na iniciativa do Sindicato, até porque “é melhor treinar em conjunto do que sozinho.”
Este é o segundo ano consecutivo em que participa no Estágio do Jogador. Que expectativas tem para este ano?
No ano passado participei no Estágio e correu bem porque consegui colocação (assinei pelo Torreense). Este ano espero por um novo convite. Esta é a minha terceira semana de treinos e estou na expectativa.
Como teve conhecimento da realização do Estágio Jogador?
Através do Franque [vogal da direcção do SJPF], que jogou com o meu avô e com o meu pai.
Os treinos têm sido muito exigentes?
Os treinos estão a correr bem. São intensos, puxados e positivos para esta fase da pré-época.
Quais são as vantagens que identifica no Estágio do Jogador?
O Estágio é importante porque em vez de estarmos a treinar sozinhos, temos a oportunidade de trabalhar em conjunto. Também temos a sorte de treinar com jogadores experientes, como são os casos do Silas, do João Coimbra e do Miguel Garcia, que nos podem ajudar a evoluir.
Que mensagem transmite aos jogadores sem contrato que não estão a treinar no Estágio?
Não desistam e lutem pelos vossos sonhos, porque há-de aparecer um convite. Também é importante participarem no Estágio porque é melhor treinar em conjunto do que individualmente.
Na última época jogou no Campeonato Nacional de Seniores, ao serviço do Torreense. Como foi essa experiência?
Foi uma boa experiência. Joguei regularmente até Março, depois tive uma pubalgia e deixei de jogar até final da época. Quando estive apto fui sempre titular.
O Mário teve oportunidade de jogar na Segunda Liga, ao serviço do Atlético. Há muitas diferenças entre o segundo escalão e o CNS, em termos desportivos e financeiros?
Em termos competitivos não há muita diferença, mas em termos financeiros ainda há uma grande disparidade.
É possível viver do futebol estando a jogar no CNS?
É muito difícil. São poucos os jogadores que conseguem viver do futebol jogando no CNS. Há três ou quatro clubes que estão ao nível dos profissionais, mas a maioria paga muito pouco, abaixo do salário mínimo.
Além do futebol, tem outra actividade profissional?
Neste momento não, mas vou regressar aos estudos. Desde que subi ao primeiro ano de sénior no Atlético deixei a escola. Fui insistindo no futebol, mas vou voltar a estudar.
Vai estudar em que área? Algo relacionado com o desporto?
Não. Gosto de turismo. Sempre gostei dessa área e é isso que quero seguir, além do futebol.
Tem apenas 23 anos e um longo futuro pela frente. Como futebolista, quais são as suas maiores ambições?
Jogar na Primeira Liga e conseguir impor o meu futebol no principal escalão português.
Nos clubes que representou alguma vez foi vítima de salários em atraso?
Não. Nunca me ficaram a dever nada.
Qual foi a equipa que mais o marcou até ao momento?
O Atlético. Foi o meu primeiro ano de sénior, tive a sorte de jogar muitas vezes com o treinador João de Deus, que apostou em mim. Consegui dar o salto para o Moreirense, as coisas não correram tão bem mas foi uma boa experiência.
João de Deus, treinador que o lançou no futebol profissional, orienta a equipa B do Sporting. Acredita que tem condições para treinar um “grande” em Portugal?
Sim, sem dúvida. É um treinador com bons métodos de trabalho e que percebe e interage com os jogadores. Gostei muito de trabalhar com ele.
De todos os treinadores que teve, João de Deus foi o que mais o marcou pela positiva?
Como jogador sénior, sim.
Como surgiu o gosto pelo futebol? Foi por viver numa família de futebolistas?
Sim. O meu pai, o meu avô e o meu tio foram futebolistas e jogaram na Primeira Liga. O meu avô no Sporting e o meu pai e o meu tio no Estoril. Segui a carreira deles, comecei a jogar desde pequenino no Atlético, passei por todos os escalões jovens e cheguei à equipa sénior.
Gostava de chegar ao patamar do seu avô e de jogar no Sporting?
Sim, até porque sou sportinguista.
Sendo adepto do Sporting, como vê a mudança de Jorge Jesus do Benfica para o clube de Alvalade?
O Jorge Jesus é um treinador muito bom. O meu pai é amigo dele, jogaram na mesma equipa no Atlético, e penso que é um grande treinador. Viu-se pelo que fez no Benfica e é muito bom para o Sporting.
Acredita que o Sporting tem condições para ser campeão na época 2015/16?
Temos de dar tempo ao treinador, mas espero que sim, que sejam campeões já esta época.
Que ideia tem do trabalho desenvolvido pelo SJPF?
Tenho acompanhado o trabalho do Sindicato todos os anos, não só no período do Estágio do Jogador mas também ao longo do ano. O SJPF tem muitas iniciativas, como os cursos de formação que irei frequentar. Já me inscrevi no curso de inglês e penso que o Sindicato tem feito um grande trabalho.