"Só os jogadores é que podem fazer um SJPF forte"
Rogério Matias afirma de que o futuro do SJPF está nas mão dos jogadores e que a criação de um fundo de pensões é fundamental para os futebolistas.
Em que clube fez o seu primeiro contrato profissional e quanto ganhava?
No Fafe e ganhava cerca de 500 euros mensais.
O momento mais feliz e o mais triste da sua carreira?
Como mais felizes elejo o tempo que passei no Vitória de Guimarães e quando fui chamado para a Selecção Nacional. Os mais tristes foram quando morreu o Hugo Cunha, o meu melhor amigo, e a descida de divisão com o Vitória de Guimarães.
Qual o treinador que mais o marcou?
Todos me marcaram mas destaco Augusto Inácio e Jorge Jesus.
Teve ou tem algum ídolo?
Paolo Maldini, do AC Milan, sempre foi a minha referência.
Os ex-jogadores devem ocupar lugares de destaque no dirigismo desportivo?
Penso que sim porque têm um conhecimento mais profundo das necessidades dos clubes e dos jogadores.
É a favor ou contra a existência de empresários?
Sou a favor de todas as pessoas que beneficiem o futebol e os jogadores.
Concorda com a criação de um Fundo de Pensões para os jogadores?
Concordo plenamente, inclusive, tenho esse tipo de fundo de pensões na Bélgica que posso resgatar aos 35 anos de idade. É uma medida fundamental para os jogadores. No Standard de Liège, era obrigatório os jogadores aderirem a esse fundo.
Existe ?fair-play? no futebol?
Não sei. Ás vezes há, outras não.
Está satisfeito com o trabalho do Sindicato dos Jogadores?
O SJPF tem vindo a melhorar mas penso que os jogadores devem dar cada vez mais força ao Sindicato. Só os jogadores é que poderão fazer um SJPF ainda mais forte.
Já alguma vez recorreu ao Sindicato?
Logo no meu primeiro ano de sénior, quando fui para o Fafe. Ficaram a dever-me quatro meses de ordenado e o Sindicato tratou do assunto.
Se pudesse o que mudava no futebol português?
Acima de tudo a mentalidade. Outra medida que adoptava era a imposição de um limite de jogadores estrangeiros. O que se passa hoje em dia na maioria dos clubes portugueses é uma perfeita loucura. Quando se fala tanto de uma formação, acho uma hipocrisia tantos clubes terem mais jogadores estrangeiros do que portugueses.
Rogério Matias (livre)
Idade: 33 anos (22/10/1974)
Naturalidade: Vila Franca de Xira
Clubes: Fafe, Amora, Académica, União de Coimbra, Maia, Campomaiorense, Vitória de Guimarães e Standard de Liège (Bélgica)