Não esqueças o meu nome

Central poderoso, foi o primeiro jogador a atingir as 100 internacionalizações pela principal equipa de Portugal. Retirou-se do futebol em 2007/08, ao serviço do Parma de Itália.
Nascido em 2 de Agosto de 1969, em Espinho, Fernando Couto foi um dos ícones da chamada geração de ouro. Começou a jogar futebol no Sporting de Espinho, passou pelo Lusitânia de Lourosa e, ainda nas camadas jovens, chegou ao FC Porto. Campeão do Mundo de sub-20, em 1989, rapidamente ganhou lugar no centro da defesa dos azuis e brancos, depois de ter rodado no Famalicão (1988/89), na III Divisão, e na Académica (1989/1990), na II Divisão.
Nas suas primeiras épocas de sénior (foi promovido em 1987/88) foi por vezes acusado de ser excessivamente duro, até violento, a jogar. Com o passar dos anos ganhou experiência, refinou a sua forma de actuar e tornou-se num dos melhores defesas centrais do Mundo.
Regressou ao FC Porto em 1990/91 e agarrou o lugar no eixo da defesa ao lado do brasileiro Aloísio. Uma dupla de sonho.
A 19 de Dezembro de 1990, na Maia, estreou-se pela Selecção A, num encontro particular frente aos Estados Unidos da América (1-0).
Alinhou durante quatro épocas com a camisola do FC Porto. Nesse período ganhou três campeonatos nacionais, duas Taças de Portugal e três supertaças. Na sua última temporada ao serviço dos dragões foi protagonista de um célebre caso no Estádio da Luz. No jogo entre Benfica e FC Porto, Fernando Couto envolveu-se com Mozer e foi expulso pelo árbitro Veiga Trigo. Foi considerado o principal culpado pela derrota da sua equipa (2-0). Foi multado pelo clube e colocado a treinar à parte. No final dessa época (1993/94) foi transferido para o Parma, por 600 mil contos.
Em Itália, impôs-se numa equipa de estrelas e contribuiu para o segundo lugar na Serie A e a conquista da Taça UEFA. Duas épocas depois foi contratado pelo Barcelona.
Na Catalunha reencontraria o seu amigo Vítor Baía (transferido para Barcelona nessa mesma época), Luís Figo, e ainda Bobby Robson e o seu adjunto José Mourinho, que já haviam trabalhado com ele nos seus últimos meses no FC Porto.
Ao serviço dos catalães venceu um campeonato, uma Taça de Espanha e uma Taça das Taças.
Seguiu-se, em 1998/99, o regresso a Itália, desta vez para a Lazio, de Roma. E novas conquistas se seguiram: A Taça e a Supertaça de Itália, e a Taça das Taças, em 1998/99, e o campeonato italiano na temporada seguinte.
A sua segunda passagem por Itália incluiu o momento mais triste da carreira de Fernando Couto: em Abril de 2001 foi acusado de doping. Segundo o laboratório, a análise relativa ao jogo contra a Fiorentina, em Janeiro do mesmo ano, acusava a presença de nandrolona no seu organismo. O caso foi muito estranho e nunca se provou que Fernando Couto estivesse dopado. A prová-lo estão uma série de análises com resultado negativo antes e depois do fatídico controlo de 28 de Janeiro, entre as quais uma análise ao cabelo feita em Abril e que permite afirmar que o jogador não se dopou nos seis meses anteriores à recolha. O próprio Fernando Couto afirmou desde o início a sua inocência. O jogador foi punido desportivamente com uma suspensão que inicialmente seria de 10 meses mas foi reduzida para cinco. Essa redução permitiu a Fernando Couto regressar a tempo do último jogo de qualificação para o Mundial 2002, contra a Estónia, em Outubro de 2001.
Em 2005/06, Couto regressou ao Parma, clube onde se manteve até pendurar as botas em 2007/08.
Selecção Nacional
Tal como a nível de clubes também ao serviço da selecção, Fernando Couto rubricou uma carreira notável. Foi o primeiro jogador a atingir as 100 internacionalizações (no total foram 110, apenas suplantado por Figo, com 127) e capitaneou a equipa em dezenas de jogos. Além do Euro 2004, participou ainda nas fases finais dos Europeus de 1996 e 2000 e no Mundial de 2002.
Despediu-se da selecção a 30 de Junho de 2004, no Euro 2004, disputado em Portugal, frente à Holanda (vitória por 2-1).