“O ajustamento à realidade vai ser doloroso”
Joaquim Evangelista, presidente do SJPF, em entrevista ao jornal Record e publicada na revista Jogadores, aborda o futebol português na óptica do jogador.
Portugal atravessa uma grave crise económica. Que impacto tem no futebol?
A questão económica não é nova. Na verdade, desde 2008 que estamos confrontados com um clima de incerteza e recessão. O SJPF alertou para a necessidade de haver mais rigor e sentido de responsabilidade. Infelizmente a cultura desportiva instalada convive muito mal com a disciplina financeira. Isto significa que o ajustamento à realidade vai ser mais doloroso. Em clubes com passivo histórico pode ter um impacto devastador.
Não há regulação no futebol?
Não podemos confundir regulação com regulamentos ou leis. Regulamentos e leis existem. O problema é o da sua efectiva aplicação. Não é por acaso que a UEFA sentiu necessidade de avançar com o fair play financeiro. Constatou que as instituições desportivas nacionais, nomeadamente as Ligas, são incapazes de impor medidas mais difíceis aos seus associados (os clubes). A UEFA sabe onde reside o problema e procura atuar. O novo órgão de Controlo Financeiro de Clubes da UEFA (CFCB) foi agora nomeado e terá como presidente Cunha Rodrigues, antigo procurador-geral da República Portuguesa.
Em Portugal, esse controlo falha?
Em Portugal todos os anos é feito o licenciamento e reforçados os mecanismos de controlo. Verificamos que formalmente as coisas estão bem mas materialmente não bate a bota com a perdigota. Isto é evidente para todos os agentes desportivos. Aliás, são os próprios clubes a denunciar esta situação porque se sentem injustiçados – pena é só o fazerem quando estão numa posição de despromoção. É urgente criar um órgão de fiscalização autónomo, com múltipla representação, clubes, jogadores, treinadores e árbitros.
Na hora do arranque para uma nova época, reconhece que há clubes que o vão fazer sem ter os salários em dia?
Não sou hipócrita. Toda a gente sabe a situação em que se encontram os clubes e na actual conjuntura é impossível resolver o problema de um mês para o outro. O que se verificou foi uma cedência dos jogadores que aceitaram subscrever acordos de regularização viabilizando a inscrição dos clubes.
Então os jogadores são cúmplices?
É verdade, mas o que pode fazer um jogador nesta situação de vulnerabilidade económica e desportiva? É inaceitável colocar o ónus nos jogadores. Por isso é que existe uma Liga.
E quantos clubes estariam em condições de participar se assim não fosse?
Mais importante do que fazer uma análise quantitativa é valorizar o comportamento dos dirigentes. Por exemplo: não é aceitável que um jogador celebre acordo e viabilize a inscrição do clube e logo a seguir este não cumpra esse compromisso. Isso sucede e tem consequências na credibilidade do futebol português. Como estamos em início de época, dá-se o benefício da dúvida aos dirigentes e ao presidente da Liga.
Qual o papel da Liga nesta matéria?
A Liga pode e deve ter um papel mais activo. O problema da Liga é ser em simultâneo entidade reguladora das competições e entidade patronal. É difícil a este ou qualquer presidente, neste quadro, impor medidas punitivas aos seus associados. Esta é uma discussão séria e adulta que os agentes desportivos devem assumir. Uma Liga é mais do que o conjunto dos clubes. Existem os jogadores, treinadores, árbitros, adeptos, patrocinadores. Consensualizar interesses e conjugar esforços é fundamental. Não podemos permitir que Liga e jogadores, Liga e treinadores ou Liga e árbitros discutam na praça pública o que pode ser discutido em sede própria. Isso afecta a credibilidade do negócio futebol. Para evitar esta situação devem estar representados dentro da Liga. Sem medos. É também uma forma de lhes dar mais responsabilidade.
Acha possível esse cenário, clubes, jogadores, treinadores e árbitros juntos na Liga?
Sinceramente acho que é inevitável a médio prazo.
Como encarou a alteração dos quadros competitivos proposta pela Liga?
Fomos dos primeiros a assumir publicamente uma posição crítica. Não sobre o modelo competitivo em si mesmo mas sobre a oportunidade e a forma como foi apresentado. Na verdade, a ser aprovado, na actual conjuntura económica, seria terrível. Por outro lado o clima de confronto verificado entre alguns clubes exigia que a discussão deste assunto fosse adiada.
E a introdução das equipas B?
Bem ou mal, resulta de um estudo prévio da Liga. Ora, na génese das equipas B está a promoção dos jovens talentos nacionais mas, sinceramente, não me parece que isso esteja a suceder. Tenho muitas reservas sobre este modelo. Por outro lado, pode acabar de vez com clubes estruturalmente deficitários porque os melhores jogadores acabarão por jogar nas equipas dos grandes, retirando-lhes competitividade. Além disso, mais jogos significa mais custos. Sem um modelo de negócio assegurado para a 2.ª Liga, esta época joga-se, definitivamente, o seu futuro.
Os “empréstimos” foram aprovados e… chumbados. Que comentário lhe merece?
Desde logo de estupefacção. Parece que o assunto foi tratado em cima do joelho, com clubes a ter que dar o dito pelo não dito. Revela, aliás, que os clubes nesta matéria, à semelhança de outras, não analisam e reflectem com cuidado sobre as mesmas. Quanto à questão de fundo estou de acordo com ela. Devem reduzir-se os empréstimos e, se possível, caminhar para a sua proibição.
Porquê?
Importa, em primeiro lugar a salvaguarda da verdade desportiva. Depois, não é aceitável, por exemplo, que um clube X tenha de contratar jogadores e para isso gastar um determinado montante, com impacto no orçamento e o clube Y, porque beneficia de uma relação com o clube W, não tenha esse encargo. Por outro lado, uma equipa que joga com quatro ou cinco jogadores de outra (que lhes paga o salário ou parte), com quem compete directamente, suscita questões de natureza ética face à ”influência” que pode exercer.
Mas a proibição pode ser prejudicial aos jovens jogadores que não tem oportunidade nos grandes clubes e desta forma poderiam competir num escalão superior?
É verdade. Por isso exige-se uma posição responsável e sensata. Sei bem qual é a realidade portuguesa. Os empréstimos em Portugal estão institucionalizados e muitos clubes prepararam-se nesse pressuposto. Ora, nesta perspectiva, é impossível mudar as regras poucos dias antes das competições se iniciarem. Assim, pessoalmente, defendo um regime transitório e a fixação de um número mínimo de empréstimos (um ou dois).
Esta questão deixou o futebol português ainda mais dividido?
Talvez. Mas esta e outras questões, com tempo, como referi, devem ser objecto de reflexão e regulação. Por exemplo uma matéria conexa com esta é a do número de jogadores que um clube pode contratar/registar e a titularidade dos seus direitos.
A UEFA preconiza essa medida no Fair Play Financeiro.
Exactamente. A questão que se coloca neste momento é a da desigualdade entre os competidores. Os clubes mais ricos tudo podem. Contrata-se porque o jogador é bom, porque pode vir a ser bom ou porque é bom para o rival, porque é agenciado pelo agente X, porque é amigo do treinador Y, etc. Depois constatamos que existem clubes com 60 ou 70 jogadores mas só podem inscrever 27. Ora, esta situação vicia a competição porque os fortes ficam mais fortes e os fracos mais fracos, criando paralelamente um conjunto aparente de alianças e dependências (quem quer beneficiar dos empréstimos tem de fazer pela vida) que são prejudiciais à competição.
E a titularidade dos direitos económicos exclusivamente aos clubes?
Também aqui tenho de reconhecer as especificidades do futebol português. É verdade que, atentas as dificuldades, alguns clubes para poderem contratar jogadores cedem parte dos direitos económicos a terceiros que entram com a “massa” que eles não têm. Mas, definitivamente, temos de caminhar para uma maior transparência. Esta “oportunidade” para os clubes têm efeitos negativos na integridade das competições. Desde logo a “influência” do terceiro. Se eu tenho um activo quero valorizá-lo, quero que jogue e que, caso haja uma proposta, seja transferido (podendo colidir com o interesse do clube). Acresce a pouca transparência nestas operações (quase nunca se sabe quem são os verdadeiros titulares do direito económico).
Está a dizer que os clubes até podem ser prejudicados?
Sim, é isso que estou a dizer. Não entendo, por exemplo, que sendo um “passe” de um jogador detido 50 por cento pelo clube e 50 por cento por um terceiro, no caso de uma transferência recebam, respectivamente, 50 por cento cada. Porque o investimento é diferente. Senão vejamos: o clube e o terceiro normalmente assumem os custos do salário. Mas o clube, além disso, suporta os seguros, paga a treinadores e técnicos, paga a sua formação, investe nos equipamentos desportivos, paga as viagens, estadia e alimentação, dá-lhe apoio médico, valoriza-o através dos jogos, etc e no final (no exemplo que dei) recebe a mesma coisa que o terceiro. Salvo melhor opinião há aqui alguma injustiça.
É a favor ou contra a centralização dos direitos televisivos?
Sou a favor. Mas o processo tem de ser feito com o contributo de todos e não dividindo os que podem ser fundamentais para a solução.
Como vê o mercado televisivo?
Com alguma apreensão. Todavia não pode ser visto de forma isolada. A televisão, os jornais e a internet têm de ser vistos no seu conjunto. A boa notícia é que se perspectiva a regulamentação das apostas desportivas e isso pode ter um efeito dinamizador. A má é a perda de quota dos jornais e o consequente aumento dos pequenos canais televisivos que se anunciam, antevendo-se uma maior disputa de patrocínios. Depois há o problema do preço dos bilhetes.
Vão ser mais caros?
A questão que se coloca é saber quem vai suportar o IVA de 23 por cento nos bilhetes de futebol. Quem vai, na atual conjuntura, ao futebol com preços elevados? E não é despiciendo para os clubes, mas também não deve ser para as televisões porque um jogo sem espectadores, na verdade, não é um jogo atractivo e isso reflecte-se nas audiências.
O Sindicato tem estado activo junto dos seus parceiros institucionais?
O Sindicato desde há muito que tem marcado a agenda desportiva nacional, em especial, no que respeita ao incumprimento salarial. No seguimento do caso Leiria, solicitámos uma audiência na Assembleia da República, na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura – Grupo de Trabalho de Desporto. Fomos ouvidos, pedimos que a Federação e a Liga também o fossem, o que veio a suceder, e neste contexto houve reacções.
De que tipo?
O presidente da FPF convocou os principais agentes desportivos (Liga, Sindicato, Treinadores, associações Distritais) e criou um grupo de trabalho denominado “Comissão Não Permanente – Situação Actual do Futebol”. Foi um passo muito importante e sensato porque criou condições de análise, reflexão e entendimento. De imediato, foram criadas duas secções de trabalho: uma para as competições profissionais (1.ª e 2.ª ligas) e outra para as competições não profissionais (2.ª Divisão, 3.º Divisão e Distritais).
Foram adoptadas medidas concretas?
Relativamente às competições não profissionais, foi aprovado o Fundo de Garantia Salarial, no montante de 100 mil euros. Para isso contribuiu o empenhamento de todo o grupo de trabalho, permitindo-me destacar Elísio Amorim, director financeiro da FPF, cuja ponderação e sentido prático foi fundamental.
E as negociações Liga/Sindicato. Como estão a decorrer?
Este processo é mais moroso. Contudo apesar da posição natural de divergência entre as duas entidades foi possível encontrar pontos de equilíbrio. É um sinal positivo para o futebol. Estando neste processo de revisão do Contrato Colectivo de Trabalho constatou-se que o impacto económico no futebol, nomeadamente na 2.ª Liga, exigia medidas imediatas. Fomos sensíveis aos argumentos dos clubes.
Em que medida?
O Sindicato assumiu as suas responsabilidades. Temos consciência da realidade e isso exige-nos ponderação. Temos o poder e o dever de agir. Os clubes têm de assumir as suas e ter igual comportamento. Não aceitamos porém compromissos só para uma das partes.
O que estava em causa para a Liga?
Para a Liga estava em causa a sustentabilidade económica da 2.ª Liga, o equilíbrio dos orçamentos dos clubes e a promoção da concorrência leal e, para tanto, pretendia a redução das remunerações mínimas.
E para o Sindicato?
Para nós era imperativo tratar-se de medidas com carácter excecional e que não afectassem os contratos existentes. Depois que existisse igual esforço da parte dos clubes. Mais, que houvesse sanções desportivas para os incumpridores. Que fosse criado um mecanismo económico (Fundo de Garantia Salarial) para ajudar os jogadores mais carenciados. Finalmente, que as medidas incentivassem a contratação de jogadores portugueses. Foi tudo isto que ficou plasmado no acordo assinado.
Nesse acordo, foram reduzidas as remunerações mínimas…
Acho que ninguém em consciência se pode congratular com esta medida. O desejável era que a nossa competição fosse economicamente viável. Que pudesse pagar adequadamente impedindo que os nossos talentos saíssem para o estrangeiro. Neste contexto, considerando, por um lado, as dificuldades económicas dos clubes, por outro, o desemprego galopante entre os jogadores nacionais e a necessidade de efetivar uma transição objetiva para o futebol profissional, as medidas aprovadas são compreensíveis e razoáveis.
Este acordo vai resolver os problemas do futebol?
Obviamente que não. Este acordo o que traduz em primeiro lugar, como referi, é uma atitude de grande responsabilidade do Sindicato. Um gesto pequenino para o futebol mas enorme para os clubes em dificuldades. Revela, também, num momento de especial conflitualidade social, capacidade de diálogo. A Liga e o Sindicato deram um sinal positivo. Apesar dos interesses individuais de cada instituição, souberam ceder na defesa do futebol.
O que falta?
Falta muito. Falta vontade e coragem para mudar. As desigualdades que existem na sociedade também se verificam no futebol. É preciso encurtar distâncias. Para isso é preciso credibilizar as instituições e nos seus órgãos reguladores, exigindo-se independência, competências e transparência. É preciso, também, instituir regimes de solidariedade entre os mais ricos e os mais pobres. Mas o mais importante é que as pessoas tenham capacidade de diálogo. O futebol português está “balcanizado” por meia dúzia de figuras secundárias que têm um interesse pessoal no futebol, que alimenta o confronto e a divisão numa lógica de poder. São pessoas com ressentimento, com problemas mal resolvidos no passado e que geralmente andam mal acompanhadas. E são sobretudo incompetentes neste negócio que é o futebol. Se os dirigentes afastarem ou não derem ouvidos a estas pessoas e acompanharem com mais tempo a realidade desportiva, o futebol português ganha vitalidade.
10.º Estágio do Jogador
Está a decorrer o 10.º Estágio do Jogador, uma iniciativa para jogadores sem contrato. É uma iniciativa vencedora?
Certamente. O Estágio é uma iniciativa de responsabilidade social que marca a pré-época desportiva nacional. Iniciativa que se traduz em dar condições desportivas (treinos e jogos) e formativas (por exemplo a Cambridge School oferece um curso intensivo de línguas gratuito aos jogadores do Estágio) numa perspectiva de emprego. São 10 anos a ajudar os jogadores mais carenciados. Fazemos (toda a equipa) um excelente trabalho. Duvido que alguém faça igual.
Os clubes portugueses olham para os jogadores desempregados com desinteresse ou estão a alterar a sua mentalidade?
Infelizmente, mesmo para alguns jogadores, existe um estigma associado ao facto de se estar desempregado. Esse preconceito aumenta as dificuldades de contratação. Alguns clubes, por razões económicas, são “obrigados” a recorrer a estes jogadores. Obviamente que seria preferível que o fizessem de modo consciente, obedecendo a uma política de contratações e, sobretudo, que existisse alguma solidariedade para com os “nossos jogadores” mais carenciados. Esta dimensão humana (num País que se diz solidário) infelizmente quase não existe no plano futebolístico.
Há jogadores que no Estágio encontraram uma oportunidade de relançar a sua carreira?
Assim, de repente, estou a lembrar-me do Miguel Garcia (saiu para o Olhanense), Hugo Morais (saiu para o Leixões), Paulo Santos (saiu para o Rio Ave), Rodolfo (saiu para o Creteil, de França). Este ano está connosco o Luís Boa Morte (que foi dos jogadores mais elogiados no Torneio da FIFPro que decorreu na Holanda), o Álvaro Lopes, acabou de assinar pelo Leixões, o Dino esteve à experiência na Académica de Coimbra…
O que é o www.footballjobs.com?
Este site, criado pelo SJPF, é uma ferramenta que permite valorizar e promover os jogadores. Aqui os jogadores sem contrato registam-se, criam o seu perfil individual e profissional e relacionam-se com clubes e agentes visando um contrato de trabalho.
O Jogador português
Qual é a realidade do jogador português?
O jogador português vive exatamente os mesmos problemas dos demais cidadãos. Confronta-se com a falta de trabalho, o aumento dos impostos, a redução das expectativas. Infelizmente, é reconhecido no estrangeiro e desvalorizado em sua casa. Há muito que passou de protagonista a espectador. Está na mão de terceiros. Do presidente, do treinador, do agente, do director… Esta cultura “paternalista”, uma relação de poder e submissão, impede a sua emancipação. Obviamente, tem a sua quota-parte de responsabilidade. Não pode entregar-se. Ninguém pode alhear-se do presente e desistir do seu futuro. Temos de ser ativos nas nossas opções de vida, sejam pessoais ou profissionais.
Mas não é fácil…
Claro que não. Sobretudo para quem está numa posição mais frágil, mais vulnerável e de dependência económica. Há ainda o factor educacional, apesar dos bons exemplos, a maioria dos jogadores vive divorciado da escola. Mas reconheço que tudo isto podia ser minimizado com uma ação pró activa dos dirigentes. Sucede que muitos deles, da mesma forma que os endeusa e usa, também os rebaixa e abandona. Basta estar atento para constatar a falta de escrúpulos. Há ainda os que vendo nos jogadores potenciais adversários, antes que se faça tarde os enviam para uma qualquer “zona de conforto”.
O que podem fazer?
Os jogadores portugueses deixaram de ser referências em Portugal. Se olharmos à nossa volta, os clubes históricos, ao contrário do que sucedia, deixaram de ter referências portuguesas no plantel. Há que inverter esta tendência. Desde logo fazendo a defesa clara do jogador nacional. Aqui há responsabilidade institucional da FPF na definição do modelo de desenvolvimento do futebol português. Depois temos de apelar ao sentido patriótico dos treinadores portugueses, a maioria ex-jogadores, e dizer-lhes que também têm uma responsabilidade acrescida nesta matéria. Finalmente cabe aos próprios jogadores defender a sua profissão. Mas a maior arma dos jogadores é sua simplicidade. Ao contrário dos políticos, não têm de fingir. É suficiente comunicar e ser honesto com os adeptos: respeitando-os. Sobretudo, os mais jovens. Esses, salvo melhor opinião, são os seus destinatários e o seu melhor investimento.