Acabou de chegar ao Omonia e já ganhou a Supertaça de Chipre (5-3 o AEL Limassol). Foi chegar, ver e vencer?
Pode dizer-se que sim. Era uma competição que queríamos vencer e conseguimo-lo. Tínhamos também como grande objectivo chegar à fase de grupos da Liga Europa mas fomos eliminados pelo Estrela Vermelha nos penáltis. Mas fora isso foi bom chegar e conquistar a Supertaça.

A nível pessoal e profissional como está a correr a integração a Chipre?
Está a correr bem porque fui muito bem recebido. As pessoas são simpáticas, as do clube tratam-me muito bem e há muitos portugueses na equipa o que sempre ajuda na integração.

Está a viver sozinho, com a família ou amigos? Num hotel?
Trouxe a minha família, o que também acaba por ser um apoio importante, e já temos habitação própria.

O facto de ser a sua segunda aventura no estrangeiro (jogou na Roménia em 2008) ajuda-o a ultrapassar as dificuldades iniciais de adaptação a um novo país?
Sim, embora seja outro país. Acaba por ser diferente porque da primeira vez que emigrei era mais novo, fui sozinho… Agora tenho mais experiência e o facto de também ter a minha família comigo torna as coisas mais fáceis.

Como foi recebido pelos companheiros de equipa?
Fui muito bem recebido. O grupo é bom, unido, animado e tudo isso contribuiu para uma boa integração.

Costuma estar com os seus colegas fora do horário de trabalho?
Sim, encontrei no Omonia vários colegas de equipa e de selecção com quem já tinha jogado. Quando temos folgas aproveitamos para estar juntos.

A nível de país, quais são as principais diferenças entre Portugal e Chipre?
O que me tem causado mais dificuldades é o calor. Faz muito calor. De resto é uma vida tranquila. Também sou muito caseiro, passo quase todo o tempo em casa e por isso não noto muitas diferenças em relação a Portugal.

Os preços dos produtos são idênticos nos dois países?
Aqui, no Chipre, a vida é mais cara.

Depois dos problemas da última época na União de Leiria, a ida para Chipre foi uma opção ou uma necessidade?
Foi uma opção minha. Penso que já estava na altura de sair de Portugal e experimentar uma nova aventura. O Omonia é uma equipa grande no Chipre. Ás vezes as pessoas têm uma ideia errada, tal como eu tinha, e que não corresponde à realidade. Pensam que o campeonato é muito fraco mas cheguei e deparei com muitas situações agradáveis. O Omonia é um grande clube – é uma espécie de Benfica em Portugal – e o nível competitivo surpreendeu-me pela positiva. Outra das coisas que também me fez optar pelo Omonia foi a possibilidade de jogar a pré-eliminatória para a fase de grupos da Liga Europa. Apesar de termos sido eliminados estou a gostar do clube e estou muito satisfeito com a minha escolha.   

A nível interno quais são os vossos objectivos?
É ser campeão.

Por que é que a liga cipriota é atractiva para os jogadores portugueses?
Estão aqui muitos portugueses mas muitos estão aqui porque nunca lhes foi dada uma oportunidade em Portugal. Além disso, financeiramente, o Chipre paga melhor do que em Portugal. Por fim, a qualidade de vida também é atractiva. Faz-se uma vida tranquila e joga-se num bom campeonato. Essencialmente penso que são estes os motivos para que haja tantos jogadores portugueses na liga cipriota.

Continua a seguir a Liga portuguesa?
Sempre, pela televisão ou pela internet.

Qual a importância das redes sociais para quem está a jogar no estrangeiro?
É muito importante, principalmente para manter o contacto com os amigos. Estando longe faz-nos sentir mais perto.

Mesmo no estrangeiro, sente-se apoiado pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol?
Sim, mesmo tendo vindo para Chipre tenho estado sempre em contacto com o Sindicato. Estar em Portugal ou no Chipre é igual. Basta um telefonema e o Sindicato ajuda-me no que for preciso. 

B.I.:
Nome: Marco Soares

Idade: 28 anos

Posição: Médio

Clubes: Barreirense, U. Leiria, Olhanense, U. Leiria, Pandurii (Roménia), U. Leiria e Omonia (Chipre)