Não esqueças o meu nome

Vítor Paneira foi um dos grandes extremos direitos do futebol português no final da década de 80 e durante a de 90 ao serviço do Benfica, V. Guimarães, Académica de Coimbra e da selecção nacional.

Vítor Manuel da Costa Araújo "Paneira" nasceu a 16 de Fevereiro de 1966, em Calendário, no concelho de Vila Nova de Famalicão. Formado no FC Famalicão, chegou ao Benfica na época de 1988/89, proveniente do secundário Vizela.

Assinou o primeiro contrato profissional com o Vizela e, pouco depois, foi contratado pelo Benfica. Na primeira época como jogador dos encarnados, em 1987/88, jogou por empréstimo no Vizela.

Em 1988/89, foi integrado no plantel do Benfica, então treinado por Toni. Desde logo agarrou a titularidade e sagrou-se campeão nacional, alinhando em 32 partidas.

Em 1989/90, com Eriksson no comando técnico, Vítor Paneira passou em definitivo para a galeria dos grandes jogadores portugueses da sua geração. Possuidor de uma elevada criatividade e de técnica individual acima da média notabilizou-se pelo elevado número de assistências que fazia para os seus colegas.

Em Junho de 1990, Paneira passou por momentos complicados pois foi acusado de desertor e acabou condenado pelo Tribunal Militar a 75 dias de prisão efectiva que cumpriu na cela n.º 4 da Casa de Reclusão do Porto. Aí cumpriu a pena militar e onde exerceu a função de dactilógrafo. A Europa percebeu o diamante que brilhava na Luz e, por diversas vezes, vários clubes (Juventus, Sampdória e FC Porto, entre outros) tentaram contratá-lo. Sem êxito. Permaneceu no Benfica durante sete épocas conquistando três campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal, uma Supertaça Cândido de Oliveira e foi finalista vencido da Taça dos Campeões Europeus na época de 1989/90.

A época de 1994/95 foi a última que jogou ao serviço do Benfica. Artur Jorge chegou e implementou uma reforma que atingiu Paneira. Recebeu convites de Sporting e FC Porto mas optou por ingressar no Vitória de Guimarães, onde realizou quatro excelentes temporadas. Posteriormente, assinou pela Académica de Coimbra onde alinhou durante duas épocas. Pendurou as botas no final de 2000/01.

Selecção.
Vítor Paneira estreou-se pela selecção nacional a 12 de Novembro de 1988, frente à Suécia, num empate a zero. Somou 44 internacionalizações (42 quando representava o Benfica e duas pelo Vitória de Guimarães). Infelizmente, apanhou o período de dez anos, entre o Mundial de 1986 e o Europeu de 1996, em que Portugal não logrou o apuramento para as fases finais das grandes competições. Chegou a ser convocado por António Oliveira para o Euro96, mas não foi utilizado. No total, marcou quatro golos. O seu primeiro golo ocorreu na vitória por 1-2 de Portugal no Estádio Olímpico de Atenas frente à Grécia, num encontro amigável disputado a 25 de Janeiro de 1989.

Treinador
Quando deixou os relvados, Vítor Paneira enveredou pela carreira de treinador de futebol. Começou por treinar o Serzedelo na Série B da 3ª Divisão Nacional. Em 2003/04 assumiu o comando do Ribeirão, e em 2005/06 assumiu os destinos do Moreirense. Treinou ainda o FC Marco, o Vila Meã e actualmente orienta o Famalicão.