“O capitão sente o clube de uma maneira diferente”
Atua com a camisola 96 e é aos 33 anos um dos jogadores mais carismáticos do Paços de Ferreira. Filipe Anunciação elogia a época pacense e explica o orgulho que sente ao capitanear a equipa.
A nível coletivo o Paços de Ferreira está a realizar uma época brilhante. E a nível pessoal, que balanço é que faz?
Coletivamente tem sido uma época fantástica, agora a nível pessoal não tenho jogado com a frequência que gostaria e ser tão útil como aconteceu nas últimas épocas, mas o futebol é mesmo assim. A equipa está num momento muito bom e resta-me continuar a trabalhar para que quando surgir a oportunidade responder da melhor maneira.
É o capitão do Paços de Ferreira. Como é que foi escolhido para o cargo?
Já foi há alguns anos. Já não me recordo muito bem.
Na altura ficou surpreendido com a escolha?
Não é uma coisa que eu lutasse para ser. As minhas atitudes e responsabilidades não mudam por ser capitão. Não é por usar uma braçadeira que as coisas são diferentes. Acima de tudo importa ajudar o colega e o grupo.
Além do Paços de Ferreira, foi capitão nos outros clubes por onde passou?
Sim, no Boavista e no Desportivo das Aves.
Gosta de ser capitão?
Não é uma função que me faça mudar mas sinto um grande orgulho em ser capitão do Paços de Ferreira. Um capitão deve-o ser pela aceitação dos nossos colegas e não por obrigação de usar uma braçadeira no braço ao domingo. Deve-o ser todos os dias e principalmente quando as coisas não correm bem aí é que se devem tomar atitudes, independentemente de se ser ou não capitão, para resolver os problemas.
Quais são as características de um bom capitão?
Responsável e profissional. Com estas características chegar a capitão surge naturalmente.
O capitão é uma peça-chave na gestão do balneário?
Sim, não sendo diferente dos outros acaba por sentir mais responsabilidade. Normalmente o capitão é escolhido pela sua experiência, pelos anos de clube. O capitão sente o clube de uma maneira diferente.
Há algum capitão de equipa que tenha como exemplo?
O Octávio, no Desportivo das Aves, e o Jorge Silva, no Boavista.
A união no balneário é um dos segredos do sucesso do Paços de Ferreira?
Também, sem qualquer dúvida. Formar um bom grupo é o equivalente a começar a ganhar pontos para o campeonato. Um grupo cúmplice, forte reflete-se no campo com os respetivos bons resultados.
Como tem visto a atuação do Sindicato no futebol português?
Nos últimos anos tem-se aproximado mais dos jogadores, tem tentado e conseguido realizar trabalho que há uns anos era impensável. Penso ainda que não tem a força que outros sindicatos de jogadores de outros países já têm. Se tivesse outros apoios e mais força poderia realizar ainda um melhor trabalho.
Como é que o sindicato pode adquirir essa força?
Por exemplo, em Espanha, os grandes representantes do sindicato são os jogadores das equipas de top e da seleção de Espanha. Ao serem os grandes jogadores a tentarem ajudar o futebol, os clubes mais pequenos, ou os jogadores que atravessam problemas financeiros e laborais a sua presença acaba por dar força ao sindicato espanhol. Por este motivo, quando se senta para discutir alguma matéria é ouvido de outra forma.
Os jogadores em Portugal têm então essa responsabilidade?
Sim, obviamente.
B.I.:
Nome: Filipe Alexandre Dias Anunciação
Idade: 33 anos
Posição: Médio
Clubes: Boavista (formação), Feirense, P. Ferreira, Desp. Aves, P. Ferreira, Desp. Aves, Boavista, Moreirense, Desp. Aves e P. Ferreira