Opinião: “Unidos na tragédia”


Presidente do Sindicato dos Jogadores solidário com as vítimas do sismo na Turquia e Síria.

No habitual espaço de opinião semanal, publicado no Record, o presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, envia uma mensagem da solidariedade a todos os que sofrem com o sismo que afetou a Turquia e a Síria:

“A cada hora que passa vamos tendo mais informação sobre a dimensão da tragédia que se abateu sobre os povos sírio e turco, depois de um terrível sismo com milhares de vidas ceifadas e incontáveis danos causados.

Deixo uma mensagem de solidariedade para com estes povos, em especial para com os homólogos e amigos do Sindicato dos Jogadores turco. Todos esperamos por boas notícias acerca dos muitos jogadores que atuam naquele país, sendo que neste momento existem vários casos de especial preocupação, como o de Christian Atsu, que o futebol português bem conhece.

Os nossos pensamentos estão com todos os que sofrem inesperadamente com a força implacável da natureza, dando visibilidade a um flagelo que, na verdade, pode acontecer em qualquer parte do mundo.

Em Portugal, vários relatórios têm demonstrado falhas na construção, ordenamento do território, planeamento e reforço de infraestruturas críticas para responder a sismos de grande dimensão, sendo que este caso, a somar a muitos outros que têm devastado países e regiões, mostram que não é um assunto a varrer para debaixo do tapete.

Se o desporto pode ter alguma capacidade de influência política, esta é uma mensagem direta aos nossos governantes, de que a prevenção pode mesmo salvar vidas.

Dias como este tornam inequívoco que o desporto e a sociedade em que vivemos somará nos próximos anos, à necessidade de combater problemas estruturais, como a violência, o racismo, a xenofobia ou o assédio, a tarefa de lidar com o impacto das guerras, alterações climáticas e desastres naturais, que provocam o rompimento de uma aparente normalidade em que estamos mergulhados.

Perante tudo isto, a falta de fair-play e ataques em nome de rivalidades clubísticas parecem ainda mais ridículos.”   

Partilhar