No espaço de opinião semanal, publicado no Record, o presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, agradece a Joao Meira o contributo que deu ao futebol português como futebolista, deixando ainda uma mensagem de felicitações às seleções nacionais de futebol e râguebi:

"Esta semana terminou a carreira de um jogador que quero destacar pelo profissionalismo e pelo lado humano. O João Meira é especial, foi um dos muitos protagonistas que soube marcar aqueles que com ele tiveram o privilégio de trabalhar, pela forma de estar e liderar vários balneários por onde passou.

Alguém que demonstrou sempre uma enorme humildade e vontade de crescer, que viveu os altos e baixos de uma carreira desportiva, sempre com o mesmo espírito altruísta e construtivo. Infelizmente para a classe, pendurou as botas alguém que sente verdadeiramente a responsabilidade desta profissão.

O João sempre defendeu as causas importantes para os jogadores e não deixou de dar a sua opinião, quer sobre aquilo que esta indústria ainda precisa fazer para dar melhores condições de vida e trabalho aos jovens que agora dão os primeiros passos, quer sobre o que as novas gerações têm de fazer, para garantir essa melhoria de condições e evitar retrocessos.

Muito boas e francas conversas tive ao longo dos anos com o João, feliz por saber das suas experiências internacionais em países tão diversos como a Roménia e os Estados Unidos. Digo-o com total convicção, sabendo que tem vindo a preparar-se. O João Meira será uma grande mais-valia no exercício de qualquer função dentro de um clube e merece muito ser feliz. Deixo-lhe, em nome de toda a classe, um enorme obrigado, partilhado por toda a equipa do Sindicato dos Jogadores.

Após a batalha do Dragão, num jogo muito bem disputado, Portugal está oficialmente apurado para o Europeu na Alemanha. Muitas foram as questões trazidas a debate pelo comum dos adeptos, mas a qualidade do trabalho desempenhado pelo selecionador Roberto Martínez e a capacidade para agregar o talento de uma geração fantástica, merecem a nossa gratidão.

Ver o capitão Cristiano Ronaldo a lutar por todas as bolas até ao limite das suas forças e os colegas, mesmo castigados com muitos minutos nas pernas ao serviço dos seus clubes, dar tudo dentro de campo para garantir a vitória e alegria dos adeptos portugueses é algo que não tem comparação.

Aliás, se há uma coisa transversal a diferentes modalidades é a paixão com que, no momento de vestir as Quinas ao peito, os atletas se superam. Exemplo disso mesmo foi a participação da Seleção Nacional de rugby no último Campeonato do Mundo. Os nossos lobos regressaram como justos heróis deste país que, com poucos recursos e dificuldades de recrutamento, continua a saber organizar-se para estar entre os melhores."