Vídeo com declarações de Íris Guerra e João Vieira Pinto. 

Foi oficialmente inaugurado esta quinta-feira, 2 de novembro, o Auditório João Lucas, no Campus do Jogador, em Odivelas. Este espaço pretende homenagear, a título póstumo, o jogador que representou clubes como a Académica e o Boavista, entre outros, mas, acima de tudo, o trabalho desenvolvido enquanto delegado do Sindicato dos Jogadores, entre 2007 e 2015.

O antigo futebolista faleceu a 26 de maio de 2015, aos 35 anos, vítima de morte súbita, sendo que em 2007 tinha terminado a carreira de jogador devido a problemas cardíacos.

Com a inauguração do auditório João Lucas, fica perpetuada a memória do antigo jogador e delegado do Sindicato, nas três dimensões que o presidente Joaquim Evangelista fez questão de sublinhar, no discurso de abertura da cerimónia de inauguração.

“O João Lucas tinha três dimensões: a humana, o delegado e o jogador de futebol. Para nós, Sindicato dos Jogadores, a marca que fica é o seu sorriso e a sua empatia. O João tinha uma energia contagiante, era um facilitador e um grande comunicador. O que mais se destacava no Lucas era a solidariedade e a generosidade e é essa memória que queremos preservar ao deixar o seu nome associado a este auditório”, referiu o presidente do Sindicato dos Jogadores.

Joaquim Evangelista destacou, igualmente, o legado que Lucas deixou enquanto jogador: “Infelizmente terminou a carreira mais cedo, pelas circunstâncias que sabemos, mas deixou uma identidade pelos clubes onde passou. Não foi um ídolo, mas não tenho dúvidas de que está no coração de todos porque, com pequenos gestos, fazia a diferença.”

A atribuição do nome de João Lucas ao principal auditório do Campus do Jogador, em Odivelas, foi assim explicada pelo presidente do Sindicato dos Jogadores: “Este é um espaço multidisciplinar que faz a ligação entre o desporto e a comunidade e, tendo o Lucas essa dimensão humana, faz todo o sentido que o principal auditório do Campus tenha o seu nome.”

No decorrer da cerimónia, Joaquim Evangelista revelou que será atribuído um cheque de 5 mil euros, para promover investigação na área da saúde e morte súbita no desporto. “É fundamental estudar de que forma podemos contribuir para a saúde dos atletas”, reforçou o presidente do Sindicato.

Igualmente presente esteve João Vieira Pinto, diretor da Federação Portuguesa de Futebol e colega de João Lucas no Boavista entre 2004 e 2006, que lembrou as memórias que ambos partilharam: “É, para mim, uma grande satisfação ter este auditório com o nome de um ex-jogador, mas sobretudo de um grande amigo. O Lucas foi um grande parceiro e colega. É alguém que deixa muitas saudades, pela sua forma de ser e pela solidariedade que tinha como pessoa e dentro de campo. Era um guerreiro e um lutador como jogador. Não fizemos mais do que a nossa obrigação ao integrá-lo na equipa do Sindicato e estou muito orgulhoso de ver este auditório com o seu nome. O futebol não esquece e o Sindicato não esquece os jogadores.”

Em representação da família de João Lucas, a irmã Íris Guerra enalteceu a capacidade que o antigo delegado do Sindicato tinha de unir as pessoas: “Agradeço esta bonita homenagem que o Sindicato faz ao nosso João Lucas, para eternizar a sua memória. O João congregava as pessoas à sua volta, entregava-se às suas causas e tinha uma responsabilidade ética enorme. Esperamos que, daqui em diante, este auditório possa ser um espaço de debate de ideias e de construção de boas práticas no desporto e no futebol.”

Na inauguração do auditório João Lucas estiveram presentes o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, o vereador do desporto da Câmara Municipal de Odivelas, Francisco Baptista, representantes da Liga Portugal, Ginásio Clube de Alcobaça, Associação Académica de Coimbra e Boavista Futebol Clube, antigos colegas de João Lucas, como Luís Filipe, Tiago e Fary, e treinadores de Lucas, como José Viterbo e João Alves.