O Estágio do Jogador não tem género


Na próxima semana arranca no Campus do Jogador, em Odivelas, mais uma edição do Estágio do Jogador, uma iniciativa que o Sindicato dos Jogadores realiza na pré-época desportiva, para ajudar jogadores sem clube a prepararem-se para a nova temporada, com treinos diários, jogos de exibição e atenção à performance, para que estejam nas melhores condições possíveis quando uma oferta de trabalho surgir.

Damos muita importância à conjugação deste trabalho com a qualificação, através de um plano de formação à medida, que visa sensibilizar os participantes para a importância de desenvolver um plano B e preparar adequadamente a sua transição de carreira.

Este é um dos projetos nobres da nossa instituição, que cumpre a importante missão social de contribuir para a empregabilidade e reconversão profissional. Nos últimos anos tivemos, igualmente, jogadores com contrato que aproveitaram a iniciativa para manter a forma física e partilhar experiências com os colegas, algo que encorajamos muito. É desta diversidade de contextos que possibilitamos uma experiência verdadeiramente transformadora.

Sem desvendar, ainda, tudo o que temos planeado para este ano, nomeadamente ao nível da investigação científica, quero agradecer ao José Pedro por aceitar voltar a esta casa, desta feita como treinador principal, sendo a pessoa certa, no momento certo, com o perfil que desejávamos para esta edição.

A prova de que o nosso departamento de futebol feminino não para de se desenvolver é que este ano vamos lançar, pela primeira vez, o Estágio da Jogadora. Para já, contamos com uma surpresa ao nível do número de inscritas, num universo ainda limitado, relativamente ao número de praticantes, que garante uma grande taxa de absorção pelos clubes nacionais.

Para liderar o corpo técnico desta edição piloto, escolhemos a Isabel Osório, que prontamente aceitou o desafio da Carla Couto para coordenar uma ação que se pretende de apoio à empregabilidade, mas também de deteção de talentos e apelo à prática desportiva no feminino.

Com muita ambição e meios limitados, afiguram-se semanas desafiantes para a nossa equipa, com a consciência de que tudo faremos para apoiar as jogadoras e os jogadores participantes, para além da vertente estritamente desportiva.

Fiquem atentos, porque a partir de hoje o Estágio do Jogador não tem género. Clubes e agentes têm no Campus do Jogador uma excelente base para recrutamento. O nosso histórico, com uma taxa de colocação superior a 60% e muitas histórias de vida que foram transformadas, definitivamente fala por si. 

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (13 de julho de 2025)

Mais Opiniões.